sexta-feira, 20 de maio de 2016

FERNANDA MONTENEGRO DESABAFA SOBRE O FIM DO MINC: “É UMA TRAGÉDIA! O CONGRESSO ACHA QUE CULTURA É COISA DE VEADOS”FERNANDA MONTENEGRO DESABAFA SOBRE O FIM DO MINC: “É UMA TRAGÉDIA! O CONGRESSO ACHA QUE CULTURA É COISA DE VEADOS”

Atriz, que completa 70 anos de carreira, avalia a atual situação da pasta: "Esse governo interino vai pagar um preço alto por essa pouca visão de um Ministério sempre dotado de um orçamento miserável. A cultura é a base de um país"
Fernanda Montenegro não está nada satisfeita com os rumos que o presidente interino, Michel Temer, tem dado para o nosso país. Assim como boa parte da classe artística, a atriz de 86 anos se diz indignada com o fim do Ministério da Cultura e acredita que a atitude custará caro a Temer. “O fim do Ministério foi uma tragédia. Esse governo interino vai pagar um preço alto por essa pouca visão de um Ministério sempre dotado de um orçamento miserável. A cultura é a base de um país. Esse Congresso aí, de todos os governos, acha que a cultura é uma bobagem, uma frescura, coisa de veados, de alienados… Agora esse governo, até quando ele existir, vai pagar um processo violento e eu estou nesse protesto”, disse a dama do teatro ao HT.
Ainda questionada sobre o movimento que artistas brasileiros realizaram no 69º Festival de Cinema de Cannes, na França,levantando placas de protesto no tapete vermelho, Fernanda garante que é totalmente a favor de qualquer manifestação que busque melhorias em qualquer setor do nosso país em crise. “Eu acho uma coisa, nós temos o direito, cada um de nós, de ir, detestar, recusar, aceitar, invadir, assumir os espaços culturais e educacionais do Brasil, se não estão satisfeitos. Cada um tem o direito de se manifestar dentro da sua visão existencial, política e ideológica”, enfatiza a atriz, que completa 70 anos de carreira.
Na época em que interpretou a advogada Teresa, de “Babilônia” (2015), Fernanda pode ver de perto como o brasileiro ainda encara com muito preconceito a união entre duas pessoas do mesmo sexo – na trama, sua personagem era casada com Estela, vivida por Nathália Timberg. Agora, ela comemora sua participação na série “Mr. Brau”, protagonizada por Lázaro Ramos e Taís Araújo, na Globo. Na série, a artista será Rosita, milionária falida, atual estelionatária e alcoólatra, mãe do mordomo Gomes (Kiko Mascarenhas).
“A gente está vencendo devagar, né? Eu vim de uma novela como ‘Babilônia’, que tinha dois terços de seu elenco de negros. Ninguém servindo mesa pra ninguém. Eu acho a ‘Babilônia’, uma novela histórica nisso. A advogada era uma menina da comunidade, personagem da querida Sheron Menezzes. Que estudou, trabalhando. A heroína, que era personagem da Camila Pitanga, era uma mulher corajosa. Todos os brancos casando com brancos. E negras com negros. Compreende? Ninguém falou sobre isso da novela ‘Babilônia’. Só comentavam sobre o tal beijo gay das senhorinhas. Eu acho que foi histórico. Querendo avançar dentro desse processo tão pré-conceitual, que é na dramaturgia a titularidade, sem ter que obrigatoriamente ficar na mão do branco”, avaliou.
Fonte: http://www.heloisatolipan.com.br/
Por Profº. Gilvan 

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