Os estudantes serão avisados ainda hoje (1º) por SMS que não farão a prova neste final de semana, nos dias 5 e 6.
Fonte:
Agência Brasil
O
Ministério da Educação (MEC) decidiu adiar o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) em 304 locais de provas devido às ocupações de escolas, institutos e
universidades federais. Os estados do Paraná, com 74 ocupações, e Minas Gerais,
com 59, têm o maior número de locais de provas ocupados. O adiamento atingirá
191.494 candidatos, que farão o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.
Segundo
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), os
estudantes serão avisados ainda hoje (1º) por SMS que não farão a prova neste
final de semana, nos dias 5 e 6. Os candidatos também serão informados
posteriormente dos novos locais.
“O
Inep lamenta profundamente a ansiedade que esses jovens manterão esperando mais
um período para realizar a prova”, disse a presidente da autarquia, Maria Inês
Fini, em entrevista coletiva. Segundo ela, os estudantes que fazem parte das
ocupações têm direito a se manifestar, mas também é preciso garantir o direito
de ir e vir e de ter aulas dos demais estudantes.
Segundo
Maria Inês, o adiamento não prejudicará a utilização dos resultados do Enem
para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos
(ProUni) e i Fundo de Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Em
relação ao custo da mudança, o MEC, que havia cogitado repassar o gasto do
adiamento aos responsáveis pelas ocupações, voltou atrás e informou que o
governo federal deverá arcar com a alteração. O Enem custa para o governo R$ 90
para os estudantes isentos de taxa de inscrição e R$ 72 para aqueles que
pagaram. O custo de cada prova adiada deverá ser de cerca de 70% desse total,
uma vez que neste final de semana o MEC deixará de gastar com fiscais de prova
e outras despesas.
A
prova aplicada em dezembro terá o mesmo modelo e nível de dificuldade do Enem
deste fim de semana, segundo o Inep, mas com questões diferentes.
A
lista das escolas em que haverá o adiamento do Enem 2016 estará disponível
ainda hoje, a partir das 18h, no site do MEC (www.mec.gov.br) e Inep (www.inep.gov.br).
Ocupações
As
ocupações ocorrem em diversos estados do país. Estudantes do ensino médio,
superior e educação profissional têm buscado pressionar o governo por meio de
ocupações de escolas, universidades, institutos federais e outros locais. Não
há um balanço nacional oficial. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE),
até ontem, 134 campi universitários e mais de 1 mil escolas e institutos
federais estavam ocupados.
Os
estudantes são contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os
gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, a chamada PEC do Teto.
Estudos mostram que a medida pode reduzir os repasses para a área de educação,
que, limitados por um teto geral, resultarão na necessidade de retirada de recursos
de outras áreas para investimento no ensino. O governo defende a medida como um
ajuste necessário em meio à crise que o país enfrenta e diz que educação e
saúde não serão prejudicadas.
Os
estudantes também são contrários à reforma do ensino médio, proposta pela
Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso. Para o governo, a
proposta vai acelerar a reformulação da etapa de ensino que concentra mais
reprovações e abandono de estudantes. Os alunos argumentam que a reforma deve
ser debatida amplamente antes de ser implantada por MP.
O MEC
estabeleceu o prazo para a desocupação até as 23h59 dessa segunda-feira (31).
Os estudantes chegaram a pedir a transferência dos locais de prova, a exemplo
do que foi feito pelos Tribunais Regionais Eleitorais para o segundo turno da
eleição no último domingo (30).
“Foi
muito volátil esse movimento. Ora [os locais] estavam ocupados, ora
desocupados, mudou muito. Não há possibilidade de alocarmos o novo local de
prova”, disse Maria Inês, que ressaltou que os novos locais devem ser
semelhantes aos já definidos e que isso dificulta a seleção de uma nova
localidade.
Segundo
a presidenta do Inep, os canais de discussão do MEC e as audiências públicas no
Congresso Nacional são o foro para as discussões sobre a MP do Ensino Médio.
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